A notícia é ótima! Após cinco anos de retração, a indústria da construção civil deve voltar a crescer no Brasil. E não será um crescimento qualquer. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção prevê uma expansão de 3% do PIB do setor.
A retomada do crescimento já está acontecendo. A Câmara estima que a expansão em 2019 foi de 2%. O resultado, de acordo com a entidade, é fruto do contexto geral da economia brasileira, com inflação controlada e baixa taxa de juros.
Já o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo acredita que a expansão é fruto principalmente da recuperação do setor imobiliário, das reformas feitas por pessoas físicas em suas próprias casas e da autoconstrução (pessoas que constroem as próprias moradias).
O varejo da construção movimenta R$ 100 bilhões por ano em todo o país, montante que passa por mais de 140 mil lojas especializadas.
Lançamentos imobiliários disparam
Diversas cidades brasileiras estão vivendo um boom de lançamentos imobiliários depois de vários anos considerados apenas “mornos”.
Em São Paulo, o maior mercado do País, a quantidade de lançamentos em 2019 foi 23% superior ao de 2018. No Rio de Janeiro a expansão foi ainda mais impressionante: 31%. Já no Distrito Federal, esse crescimento foi de absurdos 100%.
A entrega de novas moradias deve dobrar em todo o País em 2020. De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), serão construídas 1.000.000 de unidades, contra 580.000 de 2019.
É importante ressaltar, entretanto, que os resultados positivos ainda não são suficientes para que o país consiga se recuperar da recessão econômica vivida nos últimos anos, e que atingiu em cheio a construção civil. Entre 2014 e 2019 o setor encolheu quase 8%.
Nesse período, a construção civil demitiu um milhão de pessoas. Com a retomada do crescimento, cerca de 15% dessas vagas eliminadas serão reabertas neste ano.
A importância do emprego na construção civil
Qualquer crescimento, em qualquer área, é importante. Mas na construção civil isso se torna ainda mais crítico. O setor contrata justamente os profissionais de classes sociais mais baixas que, por conta da baixa escolaridade, têm mais dificuldade de conseguir emprego.
Além disso, em comparação com a indústria tradicional, a geração de empregos acontece mais rapidamente, já que para iniciar, por exemplo, a escavação de um terreno, dezenas de vagas são criadas imediatamente.
Perspectivas para a economia brasileira
O crescimento da construção civil surge num contexto de crescimento da economia brasileira como um todo, o que deve alavancar o investimento. O Banco Central espera uma expansão de 2,3% do PIB, com inflação baixa, de 3,56%, bem abaixo da meta de 4% perseguida pela instituição.
O Fundo Monetário Internacional concorda com as expectativas. Para a entidade, o crescimento reflete a aprovação da reforma da previdência e a retomada do setor de mineração, que no ano passado foi afetado pelo desastre de Brumadinho.
E você, como vê as perspectivas para a construção civil em 2020? Conte para a gente nos comentários.